Um pouco de sua História
No Altiplano Boliviano, a 3.800 metros acima do nível do mar, o vento gelado, mesclado a pequenas particular de sal, é o primeiro sinal dado pelo Salar de Uyuni ao visitante. Este deserto com seus 12.500 kilometros quadrados, onde o frio no inverno chega a 30 graus negativos, é branco como a neve. Seu horizonte é tão nítido e sua atmosfera tão limpa que é possível ver claramente a curvatura terrestre desenhada no azul do céu. É neste lugar, único no mundo, que nasce a QUINUA REAL (Quinoa), cereal sagrado dos Incas.
A QUINOA REAL é cultivada nos Andes Bolivianos a mais de 10.000 anos. Sua história vem do Império Inca, onde era considerado um “cereal milagroso” e venerado como símbolo religioso pela colonização Inca (Aymarás, Quéchuas e outras etnias).
Seu plantio obedecia a certos rituais místicos onde o Imperador Supremo (Sapa Inka), anualmente, era responsável de iniciar toda a produção de QUINOA, com sua própria ferramenta de ouro maciço. Depois da colheita, o ritual prosseguia com o adorado grão colocado em potes de ouro e oferecido ao “Deus Sol”.
Conhecida como “GRANO MADRE” ou “GRANO ORO”, era a “mãe dos seres humanos” e a “mãe de todos os alimentos”, consumida desde a retirada do leite materno dos bebês até os últimos dias de vida. O Conselho de Investigações dos Estados Unidos publicou um livro de estudos sobre a Quinoa onde diz: “o segredo do tesouro perdido dos Incas não era o ouro e sim, o cultivo do alimento, que enriquece a dieta humana”.
Em uma área geográfica que parecia desfavorável, os agricultores aproveitavam o relevo montanhoso e construíam enormes terraços de cultivo nas montanhas andinas, com muros de contenção de pedras, para que a água da chuva não arrastasse a terra e seu plantio para o fundo do vale.
Seu cultivo também foi muito importante para a expansão do Império Inca, pois os agricultores que se fixavam na região, logo introduziam a língua Quécha e o ritual ao “Deus Sol”. Portanto, quanto maior era o local de cultivo, maior era a população necessária para realizar as construções hidráulicas e para trabalhar na plantação.
Em 1532 os invasores acabaram com os 362 anos de Império Inca, pois encontraram uma população debilitada pela guerra civil.
A colonização espanhola começou a substituir a Quinoa pela cevada, que era de mais fácil plantio e muito mais conhecida pela população européia. Também não queriam a influência de um “grão religioso” em seus habitantes, um grão que não “brilhava feito ouro e pedras preciosas” e que era consumido por índios, vistos como a parte pobre da população.
Porém, os agricultores andinos, mesmo sendo obrigados a trabalhar nas minas em busca de ouro e pedras, conservaram algumas sementes e continuaram o plantio em pequenas proporções.
Suas características nutricionais foram reconhecidas e redescobertas nas décadas de 1950 e 1960, através de estudos e pesquisas.
Hoje, já faz parte da dieta de astronautas e pessoas adeptas a uma alimentação saudável. Não contem glúten.
Vários pratos podem ser preparados com quinoa. Desde um simples acompanhamento cujo preparo é como o do arroz, até sopas, tortas em que se substitui a farinha de trigo pela farinha de quinoa, panquecas, saladas e etc.
SALADA DE QUINOA
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de quinoa
1 lata de atum em pedaços
1 cebola média cortada em meias rodelas finas
Tomatinhos a gosto
Folhas de manjericão ou hortelã
Sal, azeite e vinagre balsâmico a gosto
Modo de fazer:
Cozinhar a quinoa conforme indicação na embalagem.
Depois de cozida misturar com o atum, a cebola, a erva, o sal, vinagre e o azeite.
Mexer bem incorporando tudo e conservar na geladeira;
Variação
Pode-se acrescentar outros legumes picados ou ralados e frutas secas picadas