MOQUECA CAPIXABA

PANELA DE BARRO CAPIXABA

 

Saborosa tradição e Cultura deixando a comida mais gostosa…
Alguns dias de férias em Vitória, capital do Espírito Santo foram suficiente para me encantar com o lugar, com a deliciosa gastronomia e com o artesanato das panelas de barro!
A panela de barro é uma tradição milenar no Espírito Santo. A cerâmica em argila queimada era fabricada pelos índios ainda antes da colonização portuguesa.
Essa tradição se mantém viva graças ás Paneleiras de Goiabeiras, que, há várias gerações, continuam fabricando artesanalmente as autênticas panelas de barro. Reconhecida nacional e internacionalmente como objeto de arte popular, a panela de barro não perde sua tradição utilitária. Está associada à genuína culinária Espírito-Santense, principalmente no preparo da moqueca e da trota capixaba. Raiz da cultura popular do Espírito santo, a legítima panela de barro capixaba é identificada por um selo de qualidade da Associação da Paneleiras de Goiabeiras.
A legítima panela tem como matéria prima uma argila especial, só encontrada no Vale do Mulembá, no bairro Joana D’Arco, zona oeste da ilha de Vitória.
O barro é retirado e transportado para Goiabeiras, próximo à reserva do Lameirão.

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MODELAGEM
Utilizando barro e água, as artesãs preparam uma quantidade de massa argilosa suficiente para cada peça. A modelagem é feita à mão, dando o formato e o tamanho desejados, utilizando, para isso, um pedaço de casca de coco.
SECAGEM
Depois de modelada, a panela é colocada na sombra para secagem durante dias, até a desidratação total do barro. Depois de seca, as peças recebem um polimento com seixos de rio antes de irem para a queima.
QUEIMA
Todo o processo de queima é feito ao ar livre. As peças são colocadas sobre uma grande
“cama” de madeira em terreno plano e são totalmente cobertas por uma camada de lenha. O fogo é ateado em uma das cabeceiras da “cama” com vento a favor, iniciando o processo de queima da argila.
AÇOITE
Uma tintura de tanino, produto obtido da casca da árvore do mangue, preparada previamente. Quando as peças, em meio ao calor da queima, adquirem a cor avermelhada, são retiradas do fogo e açoitadas com tanino, usando-se um maço de “vassourinha do campo”, um arbusto nativo da região. É esse processo que dá a cor escura e brilhante das autênticas panelas de barro capixaba.
Fonte: Folheto da Associação das Paneleiras de Goiabeiras
As artesãs, cerca de 120, que, antes, trabalhavam individualmente em suas próprias casas, atualmente, mais organizadas, estão agrupadas na Associação das Paneleiras de Goiabeiras, uma espécie de cooperativa. Trata-se de um galpão onde cada uma, independentemente, produz e comercializa suas próprias peças. Sob o aspecto econômico, a renda que auferem, é significativa no contexto da manutenção de suas famílias.

 

A Associação das Paneleiras já se tornou um dos pontos turísticos da cidade, sendo visitada, regularmente, por turistas interessados em adquirir as peças e ver como as mesmas são confeccionadas.
Associação das Paneleiras de Goiabeiras
Situado à margem do manguezal, o atual Galpão da Associação das Paneleiras foi inaugurado em 1991. Foi construído pela Prefeitura, para substituir o primeiro (de 1987) que era constantemente alagado com a subida da maré. Tem uma área coberta de 432m2, projetada para guardar e preparar as matérias-primas e abrigar as mesas de trabalho para a modelagem, secagem e polimento das panelas, e os depósitos e bancadas para os produtos prontos. No terreiro ao lado do Galpão, na margem do manguezal, é feita a queima das panelas. A produção é constante e todas as peças produzidas são vendidas aos turistas e à população da Grande Vitória. As vendas são feitas diretamente no galpão da Associação das Paneleiras e nas lojas de artesanato.
Que tal aprender a preparar a autêntica moqueca capixaba?
MOQUECA CAPIXABA COM PIRÃO ( 6 pessoas)

 

“Moqueca, só capixaba! O resto é peixada”.
A tradicional iguaria é famosa pelo sabor e pelo aroma peculiares, resultado da junção de uma receita saudável, que utiliza ingredientes naturais, e pelo utensílio indispensável ao preparo e à apresentação do prato: a panela de barro.
Ingredientes:
2 kg de peixe fresco (badejo ou robalo, mas pode-se usar papaterra, pargo, dourado, namorado ou xerne)
2 maços de coentro
2 maços de cebolinha verde
2 cebolas brancas (pequenas)
4 tomates em rodelas ou picado
2 limões
Colorau (1 colher de sopa) bem cheia
2 colheres (sopa) de azeite
2 colheres (sopa) de óleo
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto
Modo de fazer:
Limpar o peixe ou já comprar limpo na peixaria.
Cortar o peixe em postas e deixar de molho numa vasilha com sal e suco de 1 limão por cerca de uma hora.
Utilizando uma panela de barro grande, colocar 2 colheres de óleo, 2 de azeite, cebolinha verde, cebola e o coentro tudo bem picadinho, tomate (pode ser em rodelas) e o colorau.
Arrumar as postas de peixe sobre uma camada de tempero e cobrir com o restante do tempero.
Atenção: Não fazer camadas de peixe.
             Não adicionar sal e nem água.
Cozinhar em fogo brando com a panela destampada e quando abrir fervura colocar algumas gotas de limão.
Não esperar ferver, caso contrário o peixe endurece.
Tampar a panela. Esperar 10 minutos e provar o sal.
PIRÃO
Ingredientes:
1 cabeça e um rabo de peixe ou uma ou duas postas de peixe
1 limão
2 dentes de alho
1 tomate maduro picado
1 cebola pequena picada
1 colher (sopa) rasa de colorau
½ maço de cebolinha picada
½ de coentro picado
Azeite a gosto
Sal e pimenta dedo de moça para temperar
2 colheres (sopa) de farinha de mandioca crua
Modo de fazer:
Passar o suco de 1 limão no peixe (cabeça, rabo ou postas)

Em uma panela de barro, adicionar o azeite, a cebola, o alho, o colorau, o tomate, o peixe e acrescentar 3oo ml de água e tampar a panela e deixar cozinhar em fogo baixo até a carne desprender dos ossos.

Apagar o fogo e retirar todos os ossos e espinhas, deixar somente a carne desfiada.
Voltar a panela para o fogo, acertar o sal e se necessário, colocar mais água.
Colocar a farinha de mandioca, mexendo rapidamente para não embolar.

A textura deverá ser de um angu, um mingau mais grosso.
MOLHO
Amassar seis pimentas malaguetas no suco de dois limões e três colheres de vinagre de boa categoria.
Cortar uma cebola em fatias bem finas, fazendo o mesmo com o coentro e as cebolinhas. Misturar tudo à medida que for regando com o azeite. Se o molho ficar muito picante, colocar um pouco de água.